A Neurociência aplicada ao Marketing
- Thiare Sá
- 21 de mar. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de mai. de 2020
Nos primeiros estudos de comportamento do consumo os cientistas e marcas buscavam ativar o “botão de compra” no cérebro nos seus consumidores. Porém, apesar de termos tendência em seguirmos padrões, sermos motivados e influenciados por cores, experiências e sensações descobriu-se que não existe a técnica para ser usada como a estratégia perfeita para vendas. Somos seres singulares em muitas variáveis e nosso processo de tomada de decisão é baseado também por valores culturais, lembranças, sensações, contextos sociais, assim como a concepção e necessidade particular de cada um sobre um produto ou serviço.
A neurociência aplicada ao Marketing é o estudo do comportamento humano que colabora ao entendimento da nossa sociedade, como ela se relaciona com o mercado e economia.
Trago abaixo algumas curiosidades de estudos realizados pelas grandes marcas para ajuda-los a entender um pouco desse universo incrível do Neuromarketing. Espero que gostem!
Reconhecimento de marcas
Somos impactados com mais de 500 tipos de marcas por dia e em médias lembramos de 7 marcas por produto. Sendo que as 3 primeiras marcas da nossa memória são as que já estão no reconhecimento inconsciente, ou seja, a referência mental do cérebro atrelada ao produto ou serviço. Também é a primeira intenção de compra do cérebro. Se sua marca não está nessa lista mental a tomada de decisão é mais consciente, exigindo uma análise de benefícios, concorrência e valores culturais e econômicos que o consumidor está inserido.
As afirmações acima respondem aos principais questionamentos das reuniões estratégicas dos departamentos de Marketing e Vendas: Como as pessoas tomam a decisão? Por preço ou produto? Essa resposta é muito simples, se o produto está atrelado a sensação de prazer as pessoas se importam menos com preço, caso contrário o preço conta e muito.

Um dos primeiros estudos de reconhecimento de marca foram realizados pela Coca Cola com aparelhos de ressonância magnética funcional. Essa técnica mostra as áreas cerebrais que são ativadas pela detecção das mudanças no fluxo sanguíneo e oxigenação. O estudo consistia em analisar as atividades cerebrais de voluntários dentro de um aparelho enquanto consumiam produtos. Foram degustadas duas amostras de bebidas, um da concorrente e a outra da coca cola. A maioria que experimentou a amostra do concorrente sem saber qual era a marca avaliou que o sabor era melhor, porém quando foi apresentado a amostra da coca cola e mencionando o nome da marca o cérebro liberou mais oxigenação, provocando mais sensação de prazer através do processo de reconhecimento no sistema límbico, área emocional do cérebro.
É essa a reposta do seu cérebro quando está com sede e pretende fazer um pedido de bebida em um restaurante. Automaticamente o cérebro projeta uma Coca-Cola, pois a marca está inconscientemente atrelada a todos contextos de felicidade e sensações gostosas. Todos comemos pizza tomando coca com os amigos, abrimos coca cola na mesa do almoço de domingo, pedimos uma coca para acompanhar hambúrguer com batata frita, no cinema com um pacote de pipoca. Há vários refrigerantes bem mais baratos na gondolas do supermercado, mas o líquido preto e gaseificado referência mental da maioria das pessoas em muitos lugares do mundo.

O Neuromarketing tenta através deste método remover a subjetividade de um depoimento, esses estudos permitem avaliar o que as pessoas gostam e o que não gostam, o que desejam e também sentem.
Essa ciência ajuda a compreendermos cada vez mais o comportamento do consumidor e traduzirmos em novos produtos e serviços para atender aos seus desejos e expectativas.
Thiare Sá
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